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Espinho refém dos interesses imobiliários!

Jul 30, 2021

1 – A sessão de 23 de junho da Assembleia Municipal (AM) revelou, para quem tivesse dúvidas, que os grandes interesses imobiliários mandam em Espinho e dispõem, para a defesa das suas negociatas, da maioria dos eleitos dos espinhenses.

2 – A AM votou favoravelmente uma proposta da Câmara que atribuiu a uma obscura sociedade, “Basic Connection Lda” – com 1 gerente, 1 funcionário e o capital social de 5 000€ (cinco mil euros!) –, um enorme terreno, sito entre as ruas do Golf, 20, 43 e a ribeira de Silvalde, para lá poder realizar uma operação urbanística, reconhecida como “de interesse público estratégico”.

3 – Este reconhecimento de “interesse público estratégico”, votado pela maioria dos vogais da AM, faz com que o Plano Diretor Municipal em vigor seja atropelado e que 500 000€ sejam oferecidos em isenção de taxas.

4 – O eleito da CDU, Jorge Carvalho, foi convidado pela empresa “Basic Connection Lda.” para um encontro no Hotel Monte Lírio, prévio à referida sessão da AM, encontro que de imediato rejeitou.

5 – Durante a sessão da AM foi publicamente assumido pelo Presidente da Junta de Paramos, Manuel Dias, o voto a favor por compromisso prévio, assumido em reunião de hotel com a sociedade “Basic Connection”; pelo vogal do BE, António Andrade, a sua presença em igual reunião (tendo o seu voto sido a favor); pelo vereador Miguel Reis, do PS, também a presença em reunião prévia com a referida sociedade (tendo-se abstido na votação). Outros vogais tiveram vergonha de confessar que foram ao “hotel do compromisso”, através de um silêncio comprometedor.

6 – Apenas dois eleitos votaram contra: o eleito da CDU e um vogal do PS.

7 – Sem comentar aqui as assustadoras conceções urbanísticas e volumétricas com que este megaprojeto se vai juntar ao rasto de crimes urbanísticos e ambientais que os grandes interesses imobiliários têm deixado em Espinho, a CDU denuncia:

a) a falta de garantias que este projeto oferece, nas suas vertentes financeira, social e construtiva, por uma sociedade que, falando em nome da construtora FORTERA, tem a dimensão acima descrita;

b) o funcionamento da Assembleia Municipal de Espinho, num estilo “personalizado e a domicílio”, desde que sejam os grandes interesses económicos a solicitar “reuniões de hotel”, o que contrasta chocantemente com as dificuldades burocráticas e de horário tardio que qualquer cidadão espinhense tem de afrontar para poder intervir numa sessão daquele órgão.

A CDU continua a analisar negativamente as consequências do domínio imobiliário em Espinho na falta de habitação para jovens, na carestia de compra e aluguer de casas, no êxodo da população jovem de Espinho e produtiva, na perda de importância do Concelho em relação aos seus vizinhos.

Só a CDU, com os seus princípios e estilo de trabalho e com os votos que os Espinhenses lhe confiarem, poderá reverter esta já longa agonia de Espinho, devolvendo o Concelho aos Espinhenses.

A Comissão Coordenadora de Espinho da CDU