Na Assembleia Municipal do dia 28 de Setembro o nosso eleito levantou novamente o problema dos transportes de passageiros no concelho de Estarreja.
No dia 01 de agosto ficou extinto, por força da transferência de competências dos transportes da Câmara Municipal de Estarreja para a CIRA, o projecto piloto “EstarrejaBus” que só veio confirmar o que o PCP já sabia, serviu apenas para tapar os olhos da população, dando algo que estaria morto à nascença com horários completamente desajustados da real necessidade dos trabalhadores, dos estudantes e da população em geral. Estes desajustes da realidade, não facilitavam a frequência do Mercado de Estarreja pelos munícipes, às terças e sábados e principalmente a utilização como meio de transporte, pelos trabalhadores do Eco-Parque, porque, os horários de regresso a casa no fim do período laboral, não estavam sintonizados com os dos transportes.
Com o fim deste projecto e a nova concessão da CIRA à BusWay, os horários foram herdados e adaptados de acordo com os interesses da empresa, no sentido de alargar os horários, mas reduzir autocarros, tendo como consequência o aumento dos tempos de percurso principalmente nos trajectos inter-concelhos, passando alguns de 20 min. para 1 hora.
Não tendo como prioridade a melhoria dos serviços prestados mas a viabilidade económica e os custos, com o início do ano lectivo os transportes ficaram ainda piores. Alunos que têm de sair mais cedo 20 minutos das aulas no último período, para poder apanhar o autocarro, outros que fazem o trajecto entre a escola e a estação da CP para apanhar a ligação para a Torreira a correr aumentando assim a falta de atenção aos perigos envolventes e pondo em causa a sua segurança, outros ainda que ficam horas à espera de um autocarro que nunca chega, ou quando chega fica completamente cheio andando a circular com crianças de pé, sem que o referido autocarro tenha sequer métodos de retenção individual para essa função, tal como a lei obriga, e se pode ver nos autocarros de transporte urbano.
Na mesma Assembleia Municipal, em resposta aos problemas levantados pelo PCP, o Sr. Vereador João Alegria, disse que não era responsabilidade da Câmara Municipal a gestão dos transportes públicos, sendo que o transporte escolar estava a ser efectuado por essa mesma Câmara com todas as regras que nele obriga. Apesar de não se responsabilizar pelo funcionamento dos transportes públicos, logo a seguir assume existirem “dezenas de queixas todos os dias” sobre a nova concessão de transportes da CIRA e que a Câmara Municipal nada mais pode fazer do que informar a empresa concessionária e a CIRA dos actuais problemas. Foi este executivo camarário e os deputados do PS/PSD/CDS que representam o município na CIRA, que votaram a favor do actual modelo de concessão de transportes no concelho, logo, esta afirmação não pode estar mais longe da verdade e portanto, considera o PCP que eles são os únicos responsáveis do actual estado a situação.
O PCP sempre alertou que os serviços públicos entregues a empresas privadas, não tem como objectivo servir os interesses dos utentes, mas obter e aumentar lucros dos empresários, nem que para isso os serviços prestados sejam desadequados e de má qualidade.
Recentemente o Presidente da Câmara Municipal da Murtosa, que será o novo Presidente da CIRA afirmou publicamente que existem realmente problemas, mas que na realidade ninguém pode ser culpado porque desconheciam o que era realmente isto dos transportes a nível regional. Perante isto, o PCP pergunta o que fizeram aos 411 mil euros de investimento que meteram no PIMTRA? Não serviu para estudos de mobilidade na região de Aveiro?
O PCP defende que os cidadãos tenham ao seu serviço transportes públicos, que são pagos pelos seus impostos, de qualidade e adequados às suas necessidades. A situação actual tornar-se insustentável e exige que sejam revistos os trajectos e os horários.
Estarreja, 13 de Outubro de 2023
A comissão concelhia de Estarreja do Partido Comunista Português