Na data em que se comemora o Dia Mundial do Ambiente é urgente trazer para o debate público algumas questões importantes para a população de Aveiro.
A aposta no transporte público, seja em termos de oferta, como no apoio à procura, constitui uma medida de mitigação das alterações climáticas, que se torna essencial para a defesa do meio ambiente. Apesar de alguns avanços a nível nacional, com a implementação do PART – Programa de Apoio à Redução Tarifária, podemos constatar que este programa nunca chegou ao concelho de Aveiro, não havendo intenção de tal acontecer, o que penaliza grandemente a população de Aveiro. Por exemplo o passe de Aveiro ao Porto custa mensalmente 81,25€, mais do dobro do que é aplicado ao abrigo do PART (40€/mês).
Além disto, como temos vindo a denunciar, a privatização no sector dos transportes veio agravar o problema da mobilidade em Aveiro, seja pela falta de carreiras em número suficiente para as freguesias da periferia, seja por exemplo, pela eliminação da linha 13 que servia a população de São Jacinto. O caminho passa pela defesa deste serviço público, com horários que sirvam as populações e com preços acessíveis, para que se tornem verdadeiramente numa alternativa ao transporte individual.
Também a gestão municipal da reserva natural das dunas de São Jacinto, empurrando para a autarquia, o que devia ser uma responsabilidade do Estado, coloca esta área protegida em piores condições de conservação, colocando a actividade turística no centro das suas funções e afastando as populações do território. São necessários meios financeiros adequados para que o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas possa assumir o seu papel na gestão das áreas protegidas. É igualmente necessário que a cada área protegida corresponda uma unidade orgânica de direção intermédia de administração central.
Vale a pena lembrar a necessidade de uma cidade com espaços verdes, e com árvores, que têm um papel essencial como sumidouros de carbono, arrefecendo os espaços urbanos. Aveiro tem ido em sentido contrário, optando por eliminar, sem qualquer critério, uma grande parte das árvores da cidade, veja-se o caso do Rossio, da Avenida Lourenço Peixinho, da Avenida 25 de Abril, ou mais recentemente em Santa Joana, e tantos outros exemplos que aqui poderíamos dar.
A construção de um futuro de desenvolvimento sustentável em Aveiro e a defesa da Natureza tem de ser levada a cabo com as populações e nunca apesar delas. A CDU continuará a intervir em defesa da população, da Natureza e do Ambiente.
CDU Aveiro