No dia 28 de junho realizou-se mais uma sessão da Assembleia Municipal de Santa Maria da Feira. A CDU levou a este órgão algumas preocupações que atingem os Feirenses na atualidade, como, entre outros, o aumento do custo de vida e a poluição das linhas de água do município.

Chamámos a atenção para o aumento do custo de vida, para as dificuldades vividas pela grande maioria dos Portugueses em consequência da erosão do valor real dos salários, reformas e pensões, incluindo em Santa Maria da Feira, onde, apesar de grandes e lucrativas empresas dominarem o tecido económico do município, e da muita riqueza gerada, o salário médio dos trabalhadores e trabalhadoras, por conta de outrem, continua inferior à média nacional em cerca de 200€ e o poder de compra da população é de 85% da média nacional, segundo os últimos dados disponíveis. O Sr. Presidente da Câmara teceu várias considerações sobre estes problemas, nomeadamente menorizando as assimetrias do concelho quanto aos salários e poder de compra, com a declaração de que o que lhe interessa é o facto do concelho caminhar para o pleno emprego (a descida do desemprego, nos últimos meses é um fenómeno nacional, mesmo assim, no concelho o desemprego decresceu, entre abril de 2021 e abril de 2022, menos do que a média do distrito: -23.74 para -27.14, respetivamente). Ficaram muitas dúvidas quanto à forma como a Câmara Municipal se prepara para encarar este problema. A CDU espera sinceramente que o município esteja preparado para responder ao aumento das dificuldades sociais.

No seguimento de mais contactos, que a CDU recebeu, por parte de vários Feirenses, voltámos a denunciar a poluição na Ribeira de Rio Maior, junto às instalações da GNR de Santa Maria de Lamas, onde se têm efetuado descargas poluentes, obscurecendo as águas do curso do rio e, em alguns pontos do percurso, exalando um cheiro a esgoto insuportável. Manifestámos a nossa estranheza, pelo facto de um dos munícipes, que nos contactou, estar ainda à espera de resposta por parte da câmara, o que, no mínimo, é um desrespeito pela população e pelos seus problemas. A resposta a esta questão não foi convincente. Não basta dizer que a situação está melhor do que estava, a verdade é que a Câmara não explicou concretamente o que está a fazer para acabar com estes atentados ao ambiente e terminar com estas situações, mesmo que sejam provocadas por grandes empresas do município.

Por último, e a propósito da denúncia de uma situação insólita em que a Câmara Municipal pede autorização à Assembleia para a venda de uma pequena área municipal, a uma empresa, quando esta já a usou e integrou no seu espaço edificado. Isto, para além do mais, denota falta de respeito pelo poder local democrático, neste caso, pelas competências da Assembleia Municipal, que, legalmente, teria de aprovar a alienação daquele terreno, antes de ser usado. Para culminar o insólito da situação, a CDU foi alvo da reação violenta de um dos membros eleitos do PSD, que revelando um anticomunismo primário, nos acusou de continuar com o discurso do 25 de abril (o que, para nós não é nada ofensivo, mas um motivo de orgulho), porque, segundo o senhor em causa, estamos sempre contra tudo o que é privado, o que também é uma grande e grave mentira. Ninguém, mais do que nós, se tem batido pela resolução dos problemas das micro, pequenas e médias empresas, que são prementes, sobretudo decorrentes da pandemia e das consequências dos aumentos dos custos dos meios de produção. Quanto à Câmara Municipal, nenhum pedido de desculpa, nem justificação sobre os terrenos já edificados, sem autorização da Assembleia Municipal, o que é um sinal preocupante do estado da democracia local em Santa Maria da Feira.

A CDU continuará a denunciar todas as situações que atentem contra os interesses dos munícipes e a pugnar pela democraticidade do poder local.