O PCP e a CDU têm refletido sobre a actual situação de Espinho, nomeadamente sobre as grandes mudanças estruturais realizadas nas últimas décadas. Confrontando-as com os resultados obtidos e perspectivando o futuro, a conclusão é evidente: há que parar para pensar!
A CDU viu aprovado quer na Assembleia Municipal, quer na Assembleia de Freguesia de Espinho uma saudação proposta pelas suas eleitas ao aniversário da Cidade, onde lançou o mesmo desafio, assim como uma proposta de proteção e melhoria da qualidade de vida dos idosos espinhenses, cujo dia-a-dia ficou mais complicado com as ciclovias. Uma preparação adequada do próximo Cinquentenário da Cidade, a celebrar em 2023, não poderia oferecer melhor pretexto: Pensar Espinho o melhor e mais rapidamente possível.
Porquê? Espinho hoje atravessa grandes e graves desafios!
O Poder Autárquico PS / PSD:
1) expulsou jovens e população ativa do Concelho (cedendo aos grandes interesses imobiliários especulativos) e colocou o Concelho e a Cidade em rota de regressão, com a perda de serviços, de centralidade regional, de vida social;
2) não definiu o tipo de mobilidade interna desejável para a Cidade, não desenhou nem assegurou entradas e saídas adequadas aos fluxos de trânsito, sacrificando sempre o interesse público e coletivo ao privado e individual;
3) está prestes a abrir grandes parques subterrâneos de estacionamento no centro da Cidade para automóveis, a quem se infernizou a vida para lá chegarem, com percursos e obstáculos urbanos estudados para o efeito;
4) não assegurou alternativas aos automóveis ao dificultar-lhes a sua normal circulação: não há parques de estacionamento na periferia, não há transportes eficazes, “limpos” e confortáveis para retirar da via pública os automóveis de quem nos visita ou dos próprios Espinhenses na mobilidade a que têm direito;
5) resolveu investir cegamente em vias cicláveis, inadaptadas quer ao relevo da Cidade, quer à actual maioria idosa dos Espinhenses, criando-lhe mesmo mais dificuldades nos trajectos pedestres;
6) enterrou a linha ferroviária em tamanho reduzido, deixando a zona sul emparedada, comprometendo a única saída possível da Cidade;
7) deixou construir uma nova superfície comercial à entrada de Espinho, onde afluem a A29 e o IC 24, cujos efeitos já se fazem sentir perigosamente na A29, ainda mesmo fora da faixa de saída para Espinho;
8) autorizou e bonificou a construção de um mega-projecto de arranha-céus na zona do antigo Matadouro, sobrecarregando ambientalmente aquela zona (automóveis, pressão demográfica, etc.) e atacando a qualidade de vida tradicional de Espinho, assegurada por cérceas baixas.
Com esta situação plena de contradições, que impossibilita muitas das possíveis soluções ideais para os nossos Freguesia, Cidade e Concelho, parece-nos que, a um ano do Cinquentenário da Cidade, a melhor celebração com que poderíamos honrar aquela efeméride seria reflectir Espinho!
Fazermos o ponto da situação, definirmos o que queremos, a médio e a longo prazo, e como o obtermos nesta caótica arrumação urbana. Reflexão política, técnica e sempre com a presença das populações. Saibamos recuperar a dinâmica e a audácia dos nossos antecessores, procurando soluções para o complicado presente e ousando construir um futuro reflectido e sustentado para a Cidade e para o Concelho.
O PCP e a CDU estão disponíveis para dar a sua mais empenhada colaboração neste debate premente.
22 de Julho de 2022.
A Comissão Concelhia de Espinho do Partido Comunista Português
A Comissão Coordenadora de Espinho da CDU
O Colectivo dos eleitos da CDU nos órgãos autárquicos